É obrigatório o entregador do iFood subir no apartamento? Não, você deve ir receber na portaria. Os aplicativos de delivery se tornaram parte integrante da rotina de muitas pessoas, surge a necessidade de refletir sobre a forma como recebemos nossos pedidos, especialmente em prédios e condomínios.
Segundo o vice-presidente de estratégias e finanças do iFood, Diego Barreto, a recomendação é clara: a obrigação do entregador é entregar o pedido no primeiro ponto de contato na residência do cliente. Em muitos casos, esse ponto é a portaria do prédio. Essa prática não apenas agiliza o processo de entrega, mas também demonstra respeito pelo trabalho do entregador, que só pode iniciar uma nova entrega após finalizar a atual.
No entanto, descer para buscar o pedido na portaria é uma atitude que vai além da recomendação. É uma forma de demonstrar consideração pelo entregador, especialmente em situações em que ele não pode estacionar facilmente sua bike ou moto na rua. Além disso, essa prática contribui para a segurança de todos os envolvidos, evitando aglomerações e facilitando o fluxo de entrada e saída do prédio.
Para tornar a experiência de entrega ainda mais positiva, o iFood destaca algumas outras atitudes que os clientes podem adotar:
Respeitar e considerar o trabalho dos entregadores vai além de simplesmente receber um pedido. É uma questão de ética, gentileza e responsabilidade social. Desça para buscar seu pedido, valorize o trabalho dos entregadores e contribua para uma experiência de entrega mais segura e positiva para todos.
A rotina dos entregadores de aplicativos nas maiores cidades do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, é marcada por dificuldades. Este cenário foi recentemente evidenciado pelo caso do entregador da plataforma iFood, Nilton do Rio de Janeiro.
O desentendimento entre Nilton e o cliente, identificado como cabo R., ocorreu devido à exigência deste último para que o pedido fosse entregue diretamente na porta de sua residência. O cabo da PM se apresentou a uma delegacia e foi liberado após prestar depoimento. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, com a Corregedoria da PM abrindo um procedimento interno.
O iFood, por sua vez, enfatiza que os entregadores não têm obrigação de realizar entregas dentro das residências, devendo estas serem feitas no primeiro ponto de contato, como o portão da residência ou a portaria do condomínio. Tatiane Alves, gerente de Impacto Social do iFood, condenou veementemente o ocorrido e afirmou que a empresa está em contato com a família de Nilton, oferecendo todo tipo de apoio e acompanhando de perto o desenrolar do caso.
“Espero que o caso não fique impune e que o Nilton se recupere muito em breve. Vamos acompanhar de perto esse caso”, afirma.
Rafael Simões, entregador na cidade de Niterói, também compartilha a percepção de desrespeito por parte dos clientes, destacando que muitos confundem os entregadores com garçons, exigindo que entreguem os pedidos diretamente nos apartamentos. Ele ressalta que esta prática não é obrigatória e frequentemente resulta em situações desagradáveis, levando os entregadores a subir até os apartamentos para evitar problemas.
“O cliente acha que é obrigação [entregar no andar]. O cliente está confundindo entregador com garçom. Nós não somos garçons”, reclama Rafael.
O caso de Nilton Ramon de Oliveira evidencia não apenas a necessidade de conscientização por parte dos clientes, mas também a urgência de políticas de segurança mais robustas por parte das empresas de entrega, visando proteger a integridade física e emocional dos trabalhadores que desempenham um papel fundamental na economia digital.
*Com informações do iFood, Fusne, Techdoido e AgênciaBrasil.