Os brasileiros deixaram de sacar impressionantes R$ 7,41 bilhões em recursos que permaneceram esquecidos no sistema financeiro até o final de agosto, conforme revelado pelo Banco Central (BC) em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (6). Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) conseguiu restituir somente R$ 4,87 bilhões desse montante, que originalmente totalizava R$ 12,28 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR costumam ser divulgadas com um atraso de dois meses. Até o fim de agosto, apenas 16.066.722 titulares de contas conseguiram resgatar os valores, o que representa meramente 28,14% do total de 57.100.684 titulares de contas que foram incluídos na lista desde o lançamento do programa, em fevereiro do ano anterior.
Dos que já fizeram seus resgates, 15.385.316 são indivíduos e 681.406 são empresas. Em contrapartida, ainda não procederam ao resgate 38.097.190 pessoas físicas e 2.936.772 pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não retiraram esses fundos têm direito a quantias pequenas. Notavelmente, 63,04% dos beneficiários têm valores a receber de até R$ 10. Valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,12% dos titulares de contas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1.000 representam 10,08% dos clientes, enquanto apenas 1,76% têm direito a receber mais de R$ 1.000.
Após quase um ano fora de operação, o SVR foi reaberto em março, apresentando diversas melhorias, incluindo a capacidade de imprimir telas e protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp. Além disso, o sistema agora inclui todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Uma nova funcionalidade é a sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam consultas no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma baseado no ano de nascimento ou na fundação da empresa.
A nova fase do SVR também introduziu a possibilidade de consultar valores pertencentes a pessoas falecidas, com acesso permitido a herdeiros, representantes legais, inventariantes e testamenteiros. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Além disso, há maior transparência para contas conjuntas. Se um dos titulares solicitar o resgate de um valor esquecido, o outro titular, ao acessar o sistema, poderá visualizar informações como o valor, a data e o CPF do solicitante.
O SVR também expandiu suas fontes de recursos esquecidos em comparação com o ano anterior. Agora, ele inclui contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas, bem como contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas, juntamente com outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
O Banco Central alerta os titulares de contas a ficarem atentos a golpes de estelionatários que alegam intermediar supostos resgates de valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos e que nunca envia links nem entra em contato para discutir valores a receber ou confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que somente a instituição financeira listada na consulta do Sistema de Valores a Receber está autorizada a entrar em contato com o cidadão. Além disso, pede que nenhum cidadão forneça senhas e destaca que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de solicitação.
*Com informações da Agência Brasil.