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Hidrogênio verde: alternativa para o futuro da mobilidade sustentável

No futuro, um caminhoneiro para em um posto e abastece seu veículo em minutos com hidrogênio verde. Sem emissões, ele segue viagem, impulsionado por uma tecnologia que ainda enfrenta desafios, mas avança como solução para a mobilidade sustentável. No Brasil, projetos e pesquisas indicam um caminho promissor para essa transição.
Publicado em Notícias dia 5/02/2025 por Alan Correa

O hidrogênio verde tem sido discutido como uma solução viável para a descarbonização do setor de transportes. Sua principal vantagem é ser uma fonte de energia limpa, que ao ser utilizada em veículos, emite apenas vapor de água como subproduto. Embora o uso ainda seja limitado, empresas e pesquisadores investem no desenvolvimento dessa tecnologia para torná-la acessível em larga escala.

Pontos Principais:

  • Hidrogênio verde é visto como um dos combustíveis do futuro para a mobilidade sustentável.
  • O elemento é obtido por eletrólise da água, desde que a energia utilizada seja renovável.
  • Montadoras testam células de combustível para alimentar motores elétricos e motores a combustão adaptados.
  • O Brasil tem potencial de destaque devido à sua matriz energética renovável e projetos em andamento.

O hidrogênio é um elemento químico presente em 90% dos átomos do universo e já tem aplicação em diversos setores, como a indústria de fertilizantes. Para ser considerado verde, precisa ser obtido por meio de fontes renováveis, como energia eólica, solar ou hidrelétrica. A eletrólise da água é o método mais conhecido para sua produção, onde uma corrente elétrica separa o hidrogênio do oxigênio. Entretanto, esse processo só pode ser considerado limpo se a eletricidade utilizada tiver baixa emissão de carbono.

A tecnologia das células de combustível converte hidrogênio em eletricidade, eliminando a necessidade de baterias para veículos elétricos. Outra possibilidade estudada pelas montadoras é a adaptação de motores a combustão para utilizar o hidrogênio como combustível. Essa abordagem tem sido explorada especialmente para o transporte pesado, como caminhões e ônibus, devido à necessidade de maior autonomia e reabastecimento rápido.

Apesar do potencial, os desafios para a adoção do hidrogênio verde são significativos. A infraestrutura para abastecimento ainda é limitada, semelhante ao que ocorre com os veículos elétricos. No Brasil, onde 90% da matriz energética é limpa, o cenário é promissor, mas a produção do combustível ainda está em fase inicial. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o país produz cerca de 500 mil toneladas de hidrogênio por ano, mas menos de 5% dessa quantidade vem de fontes renováveis.

A transição para o hidrogênio como combustível não será imediata. Especialistas apontam que a mobilidade elétrica deve se consolidar primeiro para veículos leves e urbanos, enquanto o hidrogênio se tornaria uma solução viável para o transporte pesado e de longa distância. Esse modelo permitiria que caminhões e ônibus abastecessem em poucos minutos, garantindo eficiência operacional.

Projetos para viabilizar o uso do hidrogênio verde já estão em andamento. No Nordeste do Brasil, empresas investem na produção do combustível aproveitando as condições favoráveis da região, como a abundância de vento e sol. A Universidade de São Paulo (USP) também desenvolve pesquisas sobre unidades de produção de hidrogênio em postos de combustível, buscando soluções para os desafios de infraestrutura e distribuição.

Com o avanço das pesquisas e os investimentos do setor privado e público, o hidrogênio verde pode se tornar uma opção consolidada dentro das estratégias de descarbonização da mobilidade. O desenvolvimento de tecnologias de produção e armazenamento será determinante para viabilizar sua adoção em larga escala.

Fonte: Carro.Blog.Br e Mobilidade.