A montadora chinesa BYD desembarcou mais 5.524 veículos elétricos no Brasil, reforçando seu estoque antes do aumento do Imposto de Importação. O lote chegou pelo navio Explorer Nº 1, no Portocel, em Aracruz (ES). A empresa ainda aguarda o início da produção em Camaçari (BA), adiada para o segundo semestre de 2025.
Pontos Principais:
A BYD tem reforçado a importação de veículos elétricos para o Brasil, antecipando-se ao aumento do Imposto de Importação. Atualmente fixado em 18%, o tributo subirá para 25% em julho de 2025 e atingirá 35% em julho de 2026. Para evitar um impacto direto nos preços, a empresa tem acelerado a chegada de novos lotes de veículos.
O mais recente carregamento veio pelo cargueiro Explorer Nº 1, que transportou modelos das linhas Dolphin, Song e Yuan, embarcados na cidade chinesa de Ningbo. Essa foi a segunda viagem da embarcação ao Brasil. A primeira ocorreu em maio de 2024, quando desembarcou 5.459 veículos no Porto de Suape (PE).
A BYD também pretende expandir sua frota de cargueiros próprios. Atualmente, a empresa conta com embarcações de terceiros para manter o fluxo de importação, mas já anunciou planos de incorporar sete cargueiros à frota, o que pode reduzir custos e aumentar a eficiência logística.
A produção nacional, que estava prevista para março de 2025, foi adiada após órgãos federais identificarem trabalhadores em situação irregular no canteiro de obras em Camaçari. A previsão agora é que a fábrica inicie suas operações no segundo semestre do ano.
Enquanto isso, o estoque de veículos da marca cresce nos portos e pátios das concessionárias. A BYD mantém um volume estratégico de cerca de 25 mil unidades, o que representa aproximadamente três meses de vendas no Brasil. A estratégia visa garantir a oferta de veículos antes do reajuste do imposto.
A concorrência no segmento de eletrificados também influencia essa movimentação. A GWM, que ocupa a segunda posição no mercado, licenciou 29.219 veículos em 2024, mas afirma que sua participação no estoque chinês disponível no Brasil é inferior a 10%.
A nacionalização da produção deve alterar esse cenário. O hatch Dolphin Mini e o SUV Song Pro serão os primeiros modelos fabricados em Camaçari. Outros veículos da marca e as futuras linhas Denza e BAO continuarão sendo importados.
Além da ampliação dos estoques de veículos, a BYD investe na estrutura de distribuição de peças. O centro logístico em Cariacica (ES) recebeu um novo galpão de 4.500 m², aumentando sua capacidade para 5.900 pallets. O estoque de peças mais que dobrou entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, saltando de 370.692 para 718.042 unidades.
O fluxo de envio de peças para concessionárias também aumentou, passando de 13,2 mil para 58,5 mil unidades expedidas mensalmente. Peças como filtros, rodas, retrovisores e para-choques estarão disponíveis diretamente nas revendas. Já as baterias, por exigências de segurança, serão armazenadas no galpão da BYD. Para itens menos comuns, a empresa estima um prazo de até 15 dias para importação da China.
A expectativa do mercado é que a produção local reduza a dependência de importações. A unidade de Camaçari terá capacidade inicial para 150 mil veículos por ano, podendo dobrar essa quantidade futuramente. O impacto desse aumento de produção será sentido na logística e na precificação dos veículos elétricos.
O setor automotivo brasileiro passa por uma fase de adaptação às novas políticas fiscais. O aumento do Imposto de Importação deve encarecer os veículos elétricos importados, incentivando a fabricação nacional como alternativa para reduzir custos e manter preços mais acessíveis.
Com a ampliação da estrutura no Brasil, a BYD busca manter sua liderança no mercado de eletrificados. O crescimento das vendas e a adaptação ao cenário tributário serão determinantes para a manutenção dessa posição.
A aceitação dos consumidores e a resposta da concorrência também influenciarão a consolidação da marca. A BYD segue ajustando suas estratégias para acompanhar as mudanças no setor e fortalecer sua presença no país.
Fonte: Carro.Blog.Br, Motor1, Correiobraziliense e Folha.