Brasil lidera mercado de veículos elétricos e híbridos chineses com 82% das vendas em 2024

No Brasil, os carros elétricos e híbridos chineses dominam as ruas. Em 2024, 82% das vendas desse segmento vieram do país asiático, liderado pela BYD. Enquanto os EUA barram essas importações, a China mantém 76% do mercado global. Com forte importação e expansão, a eletrificação avança no país.
Publicado por Alan Correa em Notícias dia 8/03/2025

O mercado automotivo brasileiro tem se destacado globalmente pela presença expressiva de veículos elétricos e híbridos plug-in de origem chinesa. Segundo um estudo realizado pelo instituto britânico Rho Motion, o Brasil é o país com a maior frota desses veículos no mundo, representando 82% das vendas do segmento em 2024.

A pesquisa levou em conta veículos de passeio e comerciais leves que possuem conjunto mecânico 100% elétrico (BEV) ou híbrido plug-in (PHEV), ambos com recarga externa. De um total de 126 mil unidades vendidas no Brasil no último ano, 103.320 eram de fabricantes chinesas. O cenário mostra uma tendência crescente no país, impulsionada por fatores como disponibilidade de produtos, aceitação do consumidor e investimentos das montadoras no mercado nacional.

No Brasil, 82% dos carros elétricos e híbridos vendidos em 2024 vieram da China. A BYD lidera o mercado, com forte aceitação do público, enquanto montadoras locais ainda buscam se adaptar.
No Brasil, 82% dos carros elétricos e híbridos vendidos em 2024 vieram da China. A BYD lidera o mercado, com forte aceitação do público, enquanto montadoras locais ainda buscam se adaptar.

No cenário global, a China é responsável por 76% dos veículos eletrificados vendidos, mesmo sem acesso ao mercado dos Estados Unidos. Uma decisão do governo americano, implementada em janeiro de 2025, proíbe a venda de veículos com tecnologia chinesa no país por razões de segurança. Apesar disso, a presença das marcas chinesas continua em expansão na Ásia, América Latina e Europa, com diferentes níveis de participação.

Presença chinesa no mercado global

A análise da Rho Motion mostra que Tailândia e Indonésia seguem o Brasil no ranking de maior participação chinesa em veículos elétricos e híbridos plug-in, com 77% e 75%, respectivamente. Outros mercados como Nepal e México também apresentam uma forte presença de marcas chinesas, com 74% e 70% da frota eletrificada composta por modelos do país asiático.

Na Europa, a aceitação de automóveis chineses eletrificados é menor. A Áustria lidera a participação com 11%, seguida por Espanha e Noruega, com 10% e 9%, respectivamente. Em mercados mais consolidados, como Alemanha, França e Reino Unido, a presença desses veículos não ultrapassa os 7%.

Nos Estados Unidos e no Canadá, a participação de marcas chinesas é inexistente devido à proibição imposta pelo governo americano. No Japão e na Suíça, a presença também é baixa, representando apenas 2% e 1% das frotas eletrificadas, respectivamente.

Ranking global de participação chinesa em veículos eletrificados

  • Brasil – 82%
  • Tailândia – 77%
  • Indonésia – 75%
  • Nepal – 74%
  • México – 70%
  • Israel – 64%
  • Malásia – 52%
  • Chile – 42%
  • Austrália – 26%
  • Singapura – 26%
  • Índia – 23%
  • Nova Zelândia – 15%
  • Áustria – 11%
  • Espanha – 10%
  • Noruega – 9%
  • Irlanda – 9%
  • Dinamarca – 8%
  • Portugal – 8%
  • Reino Unido – 7%
  • Holanda – 6%
  • Itália – 6%
  • França – 5%
  • Suécia – 5%
  • Alemanha – 4%
  • Bélgica – 3%
  • Japão – 2%
  • Finlândia – 2%
  • Suíça – 1%
  • Estados Unidos – 0%
  • Canadá – 0%

Índices do Brasil e impacto das montadoras chinesas

Os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) reforçam os números apontados pelo estudo internacional. Em 2024, o Brasil comercializou 125.624 unidades de veículos elétricos e híbridos plug-in, com destaque para fabricantes chinesas como BYD e GWM.

A BYD lidera o segmento nacional, com 61,2% das vendas de veículos elétricos e híbridos plug-in. No total, foram 76.863 unidades licenciadas no Brasil no último ano. A GWM aparece em seguida, com 17,6% do mercado, enquanto a Volvo ocupa a terceira posição, com 6,9%.

O modelo mais vendido no Brasil foi o BYD Dolphin Mini, um hatch compacto elétrico equipado com motor de 75 cv e 13,8 kgfm de torque. O veículo registrou 19.799 unidades vendidas em 2024, superando o SUV BYD Song, que teve 15.490 exemplares comercializados no mesmo período.

Importação e nacionalização de veículos chineses

Apesar da forte presença dos veículos chineses no Brasil, a maioria ainda chega por meio de importação. A única montadora chinesa com produção nacionalizada até o momento é a Caoa Chery, que opera por meio de uma joint venture no país.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), dos 466.505 veículos importados pelo Brasil em 2024, 120,35 mil vieram da China. Esse volume representa mais de 25% do total de importações no setor automotivo brasileiro.

As montadoras chinesas seguem expandindo sua presença, mesmo diante da possibilidade de medidas de proteção ao setor automotivo nacional. Discussões sobre sobretaxas e restrições a importações estão em andamento, mas o impacto dessas ações ainda é incerto.

Expansão chinesa no mercado automotivo

A participação crescente das montadoras chinesas no mercado global é impulsionada por estratégias de investimento, competitividade e produção em larga escala. A China detém a liderança na fabricação de baterias e componentes para veículos eletrificados, fator que contribui para sua expansão internacional.

Mesmo sem acesso ao mercado dos Estados Unidos, a China lidera a comercialização global de veículos elétricos e híbridos plug-in. A forte presença na América Latina e na Ásia reforça a posição do país como principal fornecedor mundial de veículos eletrificados.

O futuro do mercado automotivo indica uma transição crescente para veículos eletrificados. O Brasil, como um dos principais mercados para os modelos chineses, segue acompanhando essa tendência e pode desempenhar um papel relevante na ampliação da eletrificação no setor.

Fonte: AutoEsporte e Carro.Blog.Br.